Confira a seguir um trecho da reportagem de capa que pode ser lida na íntegra na edição da revista Globo Rural de maio/2013
Cientistas esperam resultados de testes de dois bezerros que foram geneticamente modificados |
Médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, de Coronel Pacheco (MG), Luiz Sergio de Almeida Camargo não esconde sua ansiedade. Como pesquisador responsável pelo experimento de transgenia com bovinos leiteiros, ele aguarda os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo feitos em um bezerrinho nascido no mês passado cujo embrião foi modificado geneticamente. Os testes definirão se o experimento foi bem-sucedido, ou seja, se o animal é ou não transgênico. “Não dá para adiantar nada. Estamos otimistas, mas trabalhamos com ciência, e somente após os exames a resposta será divulgada. O que posso garantir é que um passo colossal está sendo dado”, diz Camargo. Uma coisa também é certa: mesmo em fase experimental, a transgenia foi incorporada à área da biotecnologia reprodutiva brasileira. Já são dois bezerros produzidos na Embrapa Gado de Leite. O outro bezerro nasceu em janeiro e logo foi submetido a exames para comprovar a transgenia. Do laboratório vieram duas respostas: a primeira análise deu positiva, porém, a segunda foi negativa. “Vamos partir para o terceiro e definitivo teste”, diz Camargo, de 45 anos.
Os estudos da transgenia dão um passo além da clonagem – tecnologia já utilizada no Brasil – e podem ser divididos em duas vertentes, explica Camargo. “A maior parte das experiências objetiva a produção de proteínas recombinantes (célula com nova combinação genética, não herdada dos pais) que possam ser usadas no tratamento de doenças como diabetes e hemofilia. Um exemplo de proteína recombinante é a insulina.”
“Por meio da introdução de genes específicos, é possível criar uma vaca capaz de produzir insulina no leite. Depois de extraída, a proteína poderá ser usada no controle de diabetes”, explica o pesquisador. Além disso, por meio de vacas transgênicas, a ciência será capaz de produzir leite sem lactose para pessoas alérgicas.
Os estudos da transgenia dão um passo além da clonagem – tecnologia já utilizada no Brasil – e podem ser divididos em duas vertentes, explica Camargo. “A maior parte das experiências objetiva a produção de proteínas recombinantes (célula com nova combinação genética, não herdada dos pais) que possam ser usadas no tratamento de doenças como diabetes e hemofilia. Um exemplo de proteína recombinante é a insulina.”
“Por meio da introdução de genes específicos, é possível criar uma vaca capaz de produzir insulina no leite. Depois de extraída, a proteína poderá ser usada no controle de diabetes”, explica o pesquisador. Além disso, por meio de vacas transgênicas, a ciência será capaz de produzir leite sem lactose para pessoas alérgicas.
A transgenia pode ser ainda utilizada para melhorar a saúde do gado, tornando-o mais resistente às enfermidades, por exemplo. Ou então fazê-lo ganhar peso mais rapidamente, no caso do boi de corte. “Vamos fazer animais resistentes ao carrapato e à mastite, que infernizam as fazendas, reduzindo os custos de produção”, diz Camargo. Para o consumidor, além de novos medicamentos, o emprego da biotecnologia poderá trazer vantagens gastronômicas a partir da geração de animais com carne macia e saborosa.
A tecnologia é largamente utilizada na agricultura brasileira, principalmente nas lavouras de milho, soja e algodão. O país já desenvolveu também o feijão transgênico, modificando geneticamente plantas da família da leguminosa. Em mamíferos, a Universidade Estadual do Ceará produziu dois cabritos, Tinho e Camila. “A transgenia cria um organismo genético em laboratório que pode possuir genes de outras espécies em seu genoma”, diz Camargo. Em alguns países, a técnica está mais avançada. “A China criou ovelhas que produzem gordura boa para o coração. A Argentina desenvolveu uma vaca que dá leite similar ao do ser humano. A Nova Zelândia já conseguiu até clonar uma vaca transgênica no ano passado”, diz. “O Brasil está chegando lá”, diz Camargo.
A tecnologia é largamente utilizada na agricultura brasileira, principalmente nas lavouras de milho, soja e algodão. O país já desenvolveu também o feijão transgênico, modificando geneticamente plantas da família da leguminosa. Em mamíferos, a Universidade Estadual do Ceará produziu dois cabritos, Tinho e Camila. “A transgenia cria um organismo genético em laboratório que pode possuir genes de outras espécies em seu genoma”, diz Camargo. Em alguns países, a técnica está mais avançada. “A China criou ovelhas que produzem gordura boa para o coração. A Argentina desenvolveu uma vaca que dá leite similar ao do ser humano. A Nova Zelândia já conseguiu até clonar uma vaca transgênica no ano passado”, diz. “O Brasil está chegando lá”, diz Camargo.
Fonte: GLOBO RURAL