Brasil entra na era do boi transgênico

Confira a seguir um trecho da reportagem de capa que pode ser lida na íntegra na edição da revista Globo Rural de maio/2013


Cientistas esperam resultados de testes de dois bezerros que foram geneticamente modificados

Médico-veterinário e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, de Coronel Pacheco (MG), Luiz Sergio de Almeida Camargo não esconde sua ansiedade. Como pesquisador responsável pelo experimento de transgenia com bovinos leiteiros, ele aguarda os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo feitos em um bezerrinho nascido no mês passado cujo embrião foi modificado geneticamente. Os testes definirão se o experimento foi bem-sucedido, ou seja, se o animal é ou não transgênico. “Não dá para adiantar nada. Estamos otimistas, mas trabalhamos com ciência, e somente após os exames a resposta será divulgada. O que posso garantir é que um passo colossal está sendo dado”, diz Camargo. Uma coisa também é certa: mesmo em fase experimental, a transgenia foi incorporada à área da biotecnologia reprodutiva brasileira. Já são dois bezerros produzidos na Embrapa Gado de Leite. O outro bezerro nasceu em janeiro e logo foi submetido a exames para comprovar a transgenia. Do laboratório vieram duas respostas: a primeira análise deu positiva, porém, a segunda foi negativa. “Vamos partir para o terceiro e definitivo teste”, diz Camargo, de 45 anos.

Os estudos da transgenia dão um passo além da clonagem – tecnologia já utilizada no Brasil – e podem ser divididos em duas vertentes, explica Camargo. “A maior parte das experiências objetiva a produção de proteínas recombinantes (célula com nova combinação genética, não herdada dos pais) que possam ser usadas no tratamento de doenças como diabetes e hemofilia. Um exemplo de proteína recombinante é a insulina.”

“Por meio da introdução de genes específicos, é possível criar uma vaca capaz de produzir insulina no leite. Depois de extraída, a proteína poderá ser usada no controle de diabetes”, explica o pesquisador. Além disso, por meio de vacas transgênicas, a ciência será capaz de produzir leite sem lactose para pessoas alérgicas.

A transgenia pode ser ainda utilizada para melhorar a saúde do gado, tornando-o mais resistente às enfermidades, por exemplo. Ou então fazê-lo ganhar peso mais rapidamente, no caso do boi de corte. “Vamos fazer animais resistentes ao carrapato e à mastite, que infernizam as fazendas, reduzindo os custos de produção”, diz Camargo. Para o consumidor, além de novos medicamentos, o emprego da biotecnologia poderá trazer vantagens gastronômicas a partir da geração de animais com carne macia e saborosa.

A tecnologia é largamente utilizada na agricultura brasileira, principalmente nas lavouras de milho, soja e algodão. O país já desenvolveu também o feijão transgênico, modificando geneticamente plantas da família da leguminosa. Em mamíferos, a Universidade Estadual do Ceará produziu dois cabritos, Tinho e Camila. “A transgenia cria um organismo genético em laboratório que pode possuir genes de outras espécies em seu genoma”, diz Camargo. Em alguns países, a técnica está mais avançada. “A China criou ovelhas que produzem gordura boa para o coração. A Argentina desenvolveu uma vaca que dá leite similar ao do ser humano. A Nova Zelândia já conseguiu até clonar uma vaca transgênica no ano passado”, diz. “O Brasil está chegando lá”, diz Camargo.

Fonte: GLOBO RURAL





Residência agrária encerra recebimento de currículo para seleção de bolsistas


O projeto Residência Agrária, um dos principais viés do programa Pró-rural, lançado pelo Governado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), encerrou na última quinta-feira, dia 18, o recebimento de currículo para as 170 vagas disponibilizadas.

Em apenas uma semana foram recebidos 600 currículos que passarão por um processo de avaliação. Até meados do mês de maio será divulgada a lista dos selecionados no processo seletivo e os trabalhos já começam a partir de junho. Os bolsistas de nível médio receberão R$ 1.200 reais e os de nível superior R$ 2.400.

De acordo com a coordenadora do projeto, Paula Quintão, a seleção dos bolsistas é para atuação como agentes de transferência de tecnologia em cada uma das 10 linhas do projeto (juta e malva, borracha, aquicultura, manejo madeireiro, culturas alimentares, fruticultura, horticultura, pecuária sustentável, avicultura e organização social e mercado).

Foram recebidos currículos de nível superior e técnico no período de 10 a 18 de abril. Os candidatos deveriam ter disponibilidade para residir em outros municípios do Estado, disponibilidade para viajar e registro profissional em sua área.

Vagas disponíveis - Os candidatos de nível técnico disputam vagas para Técnico Agrícola, Técnico em Agropecuária, Técnico em Piscicultura, Técnico em Manejo Madeireiro, Técnico em Zootecnia, Técnico em Florestas, Técnico em Agroecologia, entre outros de áreas afins. Já os de nível superior serão selecionados para as funções de Medicina Veterinária, Agronomia, Piscicultura, Agroecologia, Biologia, Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal, Ciências Agrárias, Sociologia, Administração, Serviço Social, Economia, Gestão Ambiental, Antropologia, Ciências Ambientais, Economia Doméstica, Direito, Psicologia, Ciência Política, e áreas afins.

Residência Agrária - O Residência Agrária/PRÓ-RURAL é um programa de bolsas e auxílio financeiro, criado pela Secretaria de Estado da Produção Rural (SEPROR) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), voltado para a difusão de novas técnicas de produção sustentável resultantes de pesquisas científicas e tecnológicas, que ajudarão a alavancar a produção rural, o crescimento econômico, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida da população dos municípios do interior do Estado do Amazonas.

Fonte: SEPROR
A equipe LAFA está em comemoração!

O trabalho intitulado "Potencialidades do uso do BLOG do Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal LAFA-UFAM, como fonte de interação, informação e comunicação"  foi um dos premiados na categoria de inovação na área de ensino e extensão do ZOOTEC 2013.

Estamos orgulhosos de sermos uma equipe, que busca ampliar e difundir conhecimentos, contribuindo assim, para o aprimoramento de alunos, professores, produtores e demais interessados na área da produção animal. 


Para visualizar a lista de trabalho premiados acesse: ZOOTEC 2013

MPF vai abrir processos contra frigoríficos no AM


Três frigoríficos do Amazonas serão processados pelo Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e do Estado – e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela compra e comercialização de bois criados ilegalmente, às custas de desmatamento, trabalho escravo e violação de direitos indígenas.


Além das empresas locais, outros 23 empreendimentos no Mato Grosso e em Rondônia responderão judicialmente pelas ações que poderão gerar em indenizações o montante de R$ 556, 9 milhões.
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) divulgou um total de R$ 341,03 milhões que serão cobrados dessas empresas como indenização. Duas delas (Matadouro e Frigorífico Itália e Amazonboi) serão indiciadas por transações com fazendas com áreas embargadas, e a terceira (Agropam S/A), além disso, por negociação com produtores constantes da lista suja do trabalho escravo.

A identificação dos frigoríficos responsáveis pela comercialização de animais criados em fazendas irregulares no Amazonas, Mato Grosso e Rondônia foi possível a partir do cruzamento de dados públicos, com as informações sobre a localização de fazendas dentro de terras indígenas, os embargos do Ibama por desmatamento ilegal e a relação das propriedades que estão na lista suja do trabalho escravo.

A partir desse mapeamento da cadeia produtiva da carne, identificou-se que foram comercializados e abatidos 55.699 animais criados em fazendas com irregularidade.
O MPF estabeleceu no acordo proposto aos frigoríficos, prazos longos e factíveis, em consonância com o novo Código Florestal, para a regularização da atividade frigorífica.

O trabalho do MPF demonstra a adoção no Brasil de um padrão de governança socioambiental. Dessa forma, empresas nacionais e estrangeiras, que há muito tempo se mostravam temerosas pelo alto índice de desmatamento e libertações por trabalho escravo que o setor ostentava, podem ver no país a adoção de medidas sérias de proteção da sua produção.
As ações judiciais foram propostas contra os 26 frigoríficos depois que eles optaram por não assinarem o acordo em que se comprometeriam a comprar matéria-prima apenas de produtores rurais do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia que não cometam desmatamento ilegal e façam a identificação de suas propriedades.

Fonte: EmTempoOnline



A situação caótica da maioria dos abatedouros de gado do interior do Amazonas e até de abatedouros clandestinos, que atuam em Manaus, e fornecem carne bovina para feiras e mercados municipais e supermercados foi debatida nesta segunda-feira (15), em Audiência Pública realizada no Plenário da Assembleia Legislativa (ALEAM), por iniciativa do deputado Luiz Castro (PPS). Dirigentes de órgãos municipais, estaduais e federais do setor e de entidades de classe participaram dos debates.

O autor da proposta, deputado Luiz Castro manifestou a preocupação com a transversalização dos interesses como a questão ambiental, a saúde pública, a atividade do setor primário, a relação de consumo, a humanização do abate e a legalização da atividade dentro de parâmetros, que sejam compatíveis com a realidade regional e municipal. “Vamos discutir como ajudar os municípios a resolver os problemas, dentro do bom senso”, declarou o deputado.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas (CRMV), Paulo Alex disse que a situação envolve a questão do abate em si, o consumidor e o produtor rural, que na visão dele são os grandes prejudicados.

O presidente da Federação da Agricultura (FAEA), Lourenço Muni, fez severa crítica à atuação do Ministério da Agricultura no Amazonas. “Só temos a mão pesada do Ministério da Agricultura, mas não temos os recursos. Precisamos ter nos municípios do Amazonas o talão de multas do MA, mas também os recursos para os produtores”, disse Muni .

Dentre as sugestões tiradas durante a audiência pública, destacam-se a de implantação de instalações adequadas, com inspeção e abate humanizado, estocagem e transporte adequado da carne; criar entrepostos para atender vários municípios, e formação de consórcios municipais dividindo custo e serviços; estudos de leis e arranjos produtivos para evitar impedimentos; e educação ambiental, para orientar o consumidor a exigir produtos de qualidade.

O deputado Luiz Castro propôs abrir diálogo com os Ministérios Público federal e estadual, o Ministério da Agricultura, os órgãos estaduais e os municípios – para definir termos de ajustamento de conduta com prazos para a regularização. “Tem providências que tem de ser para o dia seguinte, mas outras precisam de prazo maior”, afirmou Castro, apelando para que não sejam simplesmente adotadas medidas como fechar os matadouros.

Fonte: ALEAM

A cólica equina pode ser causada por alimentação incorreta

Afecções no aparelho digestivo dos equinos ou em outros órgãos podem causar dores abdominais, esta dor pode ser classificada como Cólica Equina.

De acordo com a origem a cólica pode ser decompostas em cólicas primárias e secundárias.
A cólica primaria ou verdadeira é originária da distensão do estômago ou do intestino. Pode ainda ser estática, no caso de acúmulo de alimento, gás ou líquido, ou transitória, quando houver uma distensão periódica local, proveniente de um espasmo e aumento dos movimentos peristálticos do intestino. Os acúmulos estáticos são classificados como cólicas físicas, enquanto que as distensões transitórias são classificadas como cólicas funcionais.
A cólica secundária ou falsa sua causa decorre de afecções do peritônio, baço, rins, intoxicações alimentares e outros órgãos internos.
O tamanho do estômago do cavalo é reduzido o que pode causar cólica devido uma incorreta alimentação como alimentação má distribuída, alimentos muito triturados, alimentação antes da realização de trabalhos, ração desbalanceada.

Os tipos de cólicas que mais afetam os equinos são: Cólica de impacto, quando há uma obstrução, geralmente no intestino grosso, por uma sobrecarga de alimento fibroso não digerível; Cólica por gases que ocorre mais frequentemente no intestino grosso, devido ao estiramento do intestino, que leva à dor abdominal; Cólica espasmódica é quando há exacerbada contração peristáltica no sistema gastrointestinal dos equinos, devido a um acúmulo de gás dentro do aparelho digestivo destes animais; Cólica causada por parasitas é quando há uma obstrução devido a um grande número de parasitas, como o Parascaris equorum; Colite que é quando há inflamação do intestino grosso; Deslocamento ou torção gástrica: quando o intestino localiza-se em uma posição anormal do abdômen, podendo muitas vezes torcer, isto recebe o nome de vólvulo.

Os cavalos apresentam alguns  sinais quando está com cólica, como por exemplo: o  cavalo deita-se, ou tenta espojar-se; raspa no chão;  transpira exageradamente para um cavalo que está em repouso; fica agitado; os flancos ficam encovados e duros. Adota uma postura anormal, que recebe o nome de “cavalo pensador”. Em casos de animais castrados, eles passam a expor o pênis sem urinar; urinam mais frequentemente e em pequenas quantidades; bate continuamente na água sem bebê-la.

Na fase inicial a dor é intermitente, podendo durar cerca de 10 minutos, com intervalos de relaxamento. Nos casos mais graves a dor é sempre contínua e pode ocorrer a adição de sinais de choque, sudorese abundante, respiração ofegante e movimentos involuntários.

Dependendo da  maneira como o animal se comporta dá para deduzir o local da dor. Quando o animal toma a posição de “cavalo pensador” (membros posteriores afastados), pode indicar sobrecarga do cólon; deitar com os membros para cima indica a necessidade de aliviar a dor no mesentério. Se houver distensão de abdômen (o que não é comum em cólica equina), provavelmente há uma distensão do ceco ou cólon causada pela presença de gás; vômito e regurgitação pelas narinas de conteúdo intestinal é um sinal grave que sugere distensão gástrica. É comum observar um aumento da frequência respiratória, já uma dispneia em forma de soluço aparece nas fases finais, quando o choque e a desidratação atingem seu pico máximo. A defecação pode ser observada, mas é de difícil interpretação, pois antes da obstrução o animal ainda pode ter fezes no reto e pode eliminá-las várias vezes antes de observar-se o sintoma mais comum, que é reto vazio com mucosa aderida.

O diagnóstico precoce é muito importante.  O tratamento da cólica é feito com a finalidade de eliminar a causa e aliviar a dor.  Um médico veterinário é quem deve indicar qual tratamento é recomendado para cada caso.
Como prevenção o recomendado é um manejo correto no momento da alimentação e o adequado é fornecer alimentos que possam ser digeridos pelo intestino do equino.



 

Governo vai incentivar compra de ração mais barata

O saco de 40 quilos, que geralmente é adquirido por R$ 30 no mercado nacional, não chega por menos de R$ 70 ao interior.

O governador do Amazonas, Omar Aziz, anunciou neste sábado (6), durante viagem aos municípios de Parintins e Boa Vista do Ramos, no baixo Amazonas, a criação de uma companhia estadual para compra e comercialização de ração de peixe aos piscicultores do Estado.

A nova companhia será vinculada à Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e terá a missão de baratear os preços da ração, atualmente a maior despesa para a criação de pescado em cativeiro.
"Determinei a criação da companhia que vai comprar essa ração pelo preço mais barato no país e vai levar aos municípios pelo mesmo preço aos produtores, ao preço de custo. O grande problema para você produzir peixe em cativeiro é justamente o preço da ração", ressaltou o governador.


Os produtores amazonenses adquirem a ração por atravessadores, o que tem elevado o valor do insumo. Com foco no desenvolvimento da piscicultura através do Amazonas Rural, Omar Aziz determinou a preparação de uma área de mais de 700 hectares, em Manacapuru, para a criação exclusiva de peixe.
"Determinei que os equipamentos do Estado entrem lá, façam as lâminas de água e todos os arranjos produtivos necessários para entregar às famílias. Mais de 500 famílias vão trabalhar nessa área. A mesma coisa eu quero fazer em Parintins. Subsidiando a ração para que a gente possa produzir", disse.

Outra prioridade é a mecanização dos produtores de mandioca do Estado. Para baixar o preço da farinha, que em alguns mercados de Manaus pode ser encontrada por R$ 10, o quilo, o único caminho é aumentar a produção, segundo Aziz. Para isso, o governo prepara um plano de mecanização para o setor, com a doação de casas de farinha, aumento das áreas de cultivo, entre outras ações.

  Fonte: A CRITICA

 

Sepror seleciona bolsistas para o projeto Residência Agrária


CHAMADA PÚBLICA DE CURRÍCULOS
PARA SELEÇÃO DE BOLSISTAS DO PROJETO RESIDÊNCIA AGRÁRIA


A coordenação do Projeto Residência Agrária da Secretaria de Estado de Produção Rural, tendo em vista a seleção dos bolsistas para atuação como agentes de transferência de tecnologia em cada uma das 10 linhas do projeto, está recebendo currículos de nível superior e técnico no período de 10 de abril a 17 de abril.

Pré-requisitos: 1) disponibilidade para residir em outros municípios do Estado, 2) disponibilidade para viajar, 3) registro profissional.

Nível Técnico Concluído: Técnico Agrícola, Técnico em Agropecuária, Técnico em Piscicultura, Técnico em Manejo Madeireiro, Técnico em Zootecnia, Técnico em Florestas, Técnico em Agroecologia, entre outros de áreas afins.

Nível Superior Concluído: Medicina Veterinária, Agronomia, Piscicultura, Agroecologia, Biologia, Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal, Ciências Agrárias, Sociologia, Administração, Serviço Social, Economia, Gestão Ambiental, Antropologia, Ciências Ambientais, Economia Doméstica, Direito, Psicologia, Ciência Política, e áreas afins.

O Residência Agrária/PRÓ-RURAL é um programa de bolsas e auxílio financeiro, criado pela Secretaria de Estado da Produção Rural – SEPROR em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI, voltado para a difusão de novas técnicas de produção sustentável resultantes de pesquisas científicas e tecnológicas, que ajudarão a alavancar a produção rural, o crescimento econômico, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida da população dos municípios do interior do Estado do Amazonas. São linhas do projeto: juta e malva, borracha, aquicultura, manejo madeireiro, culturas alimentares, fruticultura, horticultura, pecuária sustentável, avicultura e organização social e mercado.

Contato Coordenação Residência Agrária
Paula Quintão
(92) 8245-2465
(92) 3237-2484
pgquintao@gmail.com
 
Fonte: SEPROR
Menor primata das Américas é encontrado em Rondônia
Espécie é rara e apenas ribeirinhos tinham visto o mico-leãozinho. Primata pode atingir 15 centímetros na idade adulta.

Existência do mico-leãozinho em Rondônia foi comprovada em 2010 (Foto: Agência Imagem News)
Conhecido como mico-leãozinho, o Cebuella pygmaea é uma espécie rara e atinge 15 centímetros quando adulto. O menor macaco existente no continente americano, segundo a bióloga e pesquisadora Mariluce Rezende Messias, alimenta-se basicamente de goma de árvores e ingá. Em 2010, um exemplar da espécie foi encontrado em Porto Velho, no interflúvio dos rios Madeira e Purus e sua população ainda está sendo estimada em Rondônia. De acordo com o Centro de Coleções Zoológicas, localizado no prédio da Universidade Federal  de Rondônia (Unir), há registros do primata nos estados do Acre e Amazonas. 

O mico-leãozinho foi encontrado durante o resgate de animais na área de interferência de uma usina em construção no Rio Madeira, em Porto Velho, e a descoberta da espécie na região - antes registrada apenas por ribeirinhos - aumentou a curiosidade de pesquisadores que começaram a monitorar os hábitos do primata.

Segundo Mariluce, há pouca densidade de mico-leãozinho no estado e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) classifica a situação da espécie como pouco preocupante. "É importante ressaltar que temos poucas informações sobre o Cybuella pygmaea. Os estudos nos darão uma melhor dimensão sobre a espécie", afirma a pesquisadora.

Alguns exemplares estão empalhados no Centro de Coleções Zoológicas da Unir junto com outros mamíferos para estudos, pesquisa e arquivamento da fauna de Rondônia.

Fonte: G1

Veterinários e tratadores preparam os animais para o retorno à natureza. Por ano, em média 600 bichos, a maioria pássaros, passam pelo Cetas.

Pássaros encontrados em cativeiro com penas
das asas cortadas, recebem tratamento no Cetas
(Foto: Vanessa Lima/G1 RR)
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), em Boa Vista, está atualmente com 120 animais em tratamento. A maioria estava em cativeiro e foram resgatados por órgãos ambientais, mesmo sendo proibida a criação de animais silvestres em casa.

Papagaio, jabuti, arara, macaco e até uma jaguatirica são algumas das espécies que estão sob cuidados de veterinários e tratadores. O filhote de onça pintada resgatado no município de Caroebe pela Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) está em tratamento no local. 

Por ano, em média 600 animais passam pelo Cetas. Além dos apreendidos nas fiscalizações, tem aqueles que a própria população entrega ao centro ou solicita o resgate. O analista ambiental e veterinário, James Rodrigues de Souza, informa que 80% dos bichos que estão em tratamento no local são pássaros. Alguns, bem debilitados, como é o caso dos papagaios e araras.


Filhote de onça pintada encontrado no município
de Caroebe foi levado ao Cetas
(Foto: Vanessa Lima/G1 RR)

Esses animais geralmente são encontrados com penas das asas cortadas, o que impossibilita o voo. Então eles passam por tratamento e acompanhamento de um veterinário e são estimulados a voar. Eles vão sendo trocados de gaiolas a medida que voltam a voar", explica.

Depois do tratamento, todos os animais passam por avaliação para verificar se estão em condições de serem devolvidos ao seu habitat natural. A soltura acontece no período em que há fartura de frutas, que são constantes na alimentação dos bichos durante a estadia no Cetas.

Os animais que não conseguiram voltar à natureza são destinados a instituições de pesquisa para reprodução ou em criatórios conservacionistas, como é o caso do 7º Batalhão de Infantaria de Selva e do Bosque dos Papagaios.

O Cetas funciona no bairro Cidade Satélite. Para mais informações ou soliticação de resgate de animais silvestres a população pode entrar em contato pelo telefone 4009-9400. 
80% dos animais que estão em tratamento no Cetas são pássaros (Foto: Vanessa Lima/G1 RR)
Fonte: G1

Filhote foi encontrado por morador no campo ainda com cordão umbilical. Após passar por tratamento no CETAS, animal será devolvido à natureza.


PM alimenta filhote de onça pintada encontrado em Caroebe
(Foto: Vanessa Lima/G1 RR)

Um filhote de onça pintada de pelo menos um mês foi capturado na manhã desta quinta-feira (04), no município de Caroebe em Roraima. A ação foi realizada por uma equipe da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (CIPA) da Polícia Militar de Roraima.

O animal foi encontrado por um morador na área rural do município ainda com cordão umbilical. Ele acionou o Pelotão da PM que deslocou equipe para fazer o recolhimento do filhote de onça.
Segundo o  comandante da CIPA, major Charles Matos, o animal será entregue no Centro de Tratamento de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA). "Os profissionais vão cuidar do animal que retornará ao seu habitat natural assim que tiver em condições", informa.

Fonte: G1

Mato Grosso do Sul é líder de vendas de sêmen de corte em 2012


Mato Grosso do Sul foi o Estado brasileiro que mais vendeu doses de sêmen de corte em 2012. A análise de participação dos Estados na comercialização foi feita pelo Índex da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA). O Estado comercializou 14,5% do total vendido no ano. Na comparação com 2011, houve aumento de 0,7 ponto percentual.




Mato Grosso ficou em segundo lugar, detendo 14,4% da comercialização de sêmen do ano passado. Na comparação com o ano anterior, a participação deste Estado recuou 0,9 ponto percentual. A terceira maior participação nas vendas foi a de São Paulo, com 10,6% do total.

Na quarta e na quinta posições estão Pará e Goiás, que comercializaram 8,8% e 8,6% do total, respectivamente. Pelo fato de Mato Grosso do Sul e São Paulo não possuírem os maiores rebanhos bovinos do país, estas posições mostram um grau de tecnificação acima da média nacional.



Fonte: IEPEC

O homem que vende R$ 330 milhões em ovos


O homem que vende R$ 330 milhões em ovos

No final da década de 80, Leandro Pinto vendeu um carro e um caminhão para comprar uma pequena granja no interior de Minas Gerais. Foi a origem da Mantiqueira, que no ano passado faturou cerca de 330 milhões de reais vendendo ovos.

O mineiro Leandro Pinto costuma dizer que as crises no agronegócio não duram mais de 6 horas. “É o tempo que a gente leva para ter fome depois de uma refeição e a voltar a consumir alimento”, afirma ele.

Cunha e Leandro, donos da Mantiqueira
Em pouco mais de duas décadas, Leandro transformou uma pequena granja no interior de Minas Gerais numa das maiores produtoras de ovos do mundo. Hoje a empresa abriga em seus galpões 10,8 milhões de galinhas.
No ano passado, suas receitas chegaram a 330 milhões de reais, segundo estimativas. Neste depoimento a Exame PME, Leandro conta um pouco de sua trajetória, como atraiu um sócio que ajudou a empresa a mudar de patamar e o que está fazendo para profissionalizar a gestão.  

Parece até que era meu destino virar avicultor. Quando nasci, minha família tinha um galinheiro no quintal de casa, em Itanhandu, no interior de Minas Gerais. A vida não era fácil, e meu pai vendeu adubo feito com os dejetos das galinhas para comprar meu enxoval. Comecei a trabalhar ainda menino. Fui engraxate, lavador de carros e office boy. Aos 17 anos, abri meu primeiro negócio, uma loja de máquinas agrícolas. Eu era muito inexperiente, e em menos de dois anos a empresa estava quebrada.

Foi quando as galinhas voltaram a cruzar o meu caminho. Um amigo tinha uma granja de 30 000 aves em Itamonte, cidade vizinha a Itanhandu. Ele sofreu um enfarte e decidiu parar de trabalhar. Por isso, me ofereceu o negócio. Fiquei interessado, mas fui franco — disse que estava quebrado e sem dinheiro para comprar a granja.

Ele não viu nenhum problema nisso. Eu podia comprar só as galinhas e pagar um aluguel pelos galpões, que continuariam pertencendo a ele. Vendi um caminhão velho e um Fiat Uno para levantar uma quantia hoje equivalente a 50 000 reais. Dei o dinheiro como entrada e assumi a granja.

A granja tinha uma clientela pequena, mas fiel. Eram feirantes, donos de padarias e de pequenos restaurantes. Para sobrar algum dinheiro no final do mês, eu fazia tudo. Tirava os pedidos, comprava a ração para as galinhas e entregava os ovos de caminhão. Nos primeiros dois anos, trabalhei muito e descansei pouco. Minha mulher, a Rogéria, me dava um bocado de apoio. Ela é fisioterapeuta, mas ajudava na granja nas horas de folga. Na época, a produção era pequena. Demorava meia semana para encher um caminhãozinho de ovos. 

Para ler o conteúdo na íntegra acesse: Exame.com

Exportações de carne suína recuam 5,5% em março

Exportações de carne suína recuam 5,5% em março

 
Preço médio da carne suína in natura subiu em março em comparação com fevereiro

As exportações de carne suína in natura em março de 2013 somaram 32,7 mil toneladas, recuo de 5,5%, na comparação com o mês anterior. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na comparação com março de 2012 houve queda de 19,5% no volume. Em março de 2012 foram embarcadas 40,6 mil toneladas.

O
faturamento com as exportações em março foi de US$93,6 milhões, queda de 4%, na comparação com fevereiro e de 13,7% frente ao mesmo mês do ano anterior.
O
preço médio foi de US$2,86 mil por tonelada, 1,6% maior que em fevereiro e 7,2% acima do observado no mesmo mês de 2012. 

Fonte: Globo Rural

Angus USA – Cruzamento de raças: considerações e alternativas de um mercado em desenvolvimento

Visão geral sobre manejo genético e cruzamentos na indústria de carne bovina

A vantagem associada com os benefícios do cruzamento é um fenômeno bem documentado. Pesquisas demonstraram claramente e repetidamente os benefícios associados com a implementação de sistemas de cruzamentos híbridos em vários sistemas de produção. Simplificando, os animais híbridos têm melhor desempenho que seus contemporâneos puros. Além disso, esses princípios são ressaltados por resultados similares em outras espécies de gado.

O peso ao desmame serve como uma característica de suma importância na maioria das atividades de cria: o peso ao desmame é igual ao peso pago e, dessa forma, representa a principal fonte de renda para a maioria dos produtores. Favoravelmente, o peso ao desmame também representa a característica na qual os maiores benefícios do cruzamento podem ser obtidos. Literatura de pesquisa indica benefícios substanciais dos efeitos combinados da heterose individual e materna na hora do desmame (crescimento e sobrevivência junto com produção de leite e fertilidade, respectivamente).

Os benefícios médios aumentam e variam entre os trabalhos respectivos, dependendo das condições ambientais e do tipo de manejo. Em geral, no entanto, os produtores que desmamam os bezerros híbridos mamando em vacas hibridas tipicamente obtêm melhora de 10% a 20% no peso ao desmame. Além disso, a obtenção dessas vantagens do cruzamento não requer muito em termos de insumos adicionais.

Simultaneamente, contudo, está cada vez mais aparente que os produtores de carne bovina não estão explorando inteiramente esses benefícios. Apesar das vantagens bem documentadas derivadas do cruzamento, os criadores parecem não enfatizar a busca da heterose dentro de suas atividades. Ou seja, o rebanho bovino americano tem um curso reverso da abordagem ampla e bem fundamentada de introduzir a heterose, especialmente nos esforços relacionados ao estabelecimento de raças de bovinos de corte Continentais dentro dos Estados Unidos. Se o cruzamento representa um cenário cheio de benefícios e sem custos descrito acima, por que os produtores estão aparentemente evitando sua implementação?



Esta questão merece uma avaliação mais profunda e parece haver uma explicação razoável. Fatores significativos frequentemente negligenciados pela sabedoria tradicional e evidências científicas devem estar envolvidos. A proposta deste trabalho é explorar algumas possíveis explicações para estas estratégias genéticas mais amplas dentro do rebanho bovino dos Estados Unidos, não da perspectiva de um geneticista, mas da ciência animal básica e do manejo prático e econômico do rebanho.

Uma pesquisa do Sistema de Monitoramento de Saúde Animal Nacional do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de 2008 indicou que a descrição mais comum (45%) usada pelos produtores comerciais para classificar seus rebanhos bovinos era de “híbrido”, apesar de compreender não mais do que duas raças. Entretanto, as pessoas que responderam às pesquisas feitas pela BEEF Magazine (2010) revelaram que quase metade dos produtores classificam a composição genética de seus rebanhos como sendo de alta porcentagem ou puros britânicos. Isso foi reforçado por várias pesquisas que indicaram que o setor estava em transição de um status de múltiplas raças para um predominantemente composto de uma única raça. A raça Angus agora representa aproximadamente 70% ou mais da genética do sistema comercial de produção de carne bovina do país, deixando o resto do rebanho dividido entre várias outras raças.

Muitos dentro da indústria de carne bovina expressam frustração a esse fato, alguns até se referindo a ele como “preocupante”. Acadêmicos e observadores da indústria citaram um sentimento comum: “É um erro para os produtores voltar a programas de raça pura e desistir dos quilos adicionais que podem ser produzidos de um rebanho através de programas bons e bem concebidos de cruzamento”. Mais importante ainda, isso levanta questões sobre por que esse desenvolvimento ocorreu ao longo do tempo.

É importante notar que muitas suposições sobre o cruzamento de gado de corte vem de um modelo único que serviria para todos. Entretanto, a indústria de carne bovina, especialmente o setor de cria, continua um negócio altamente fragmentado, envolvendo 750.000 entidades independentes. Qualquer tentativa de fazer inferências envolvendo toda a indústria se mostra um tanto quanto tênue e pode, dessa forma, levar a suposições errôneas.

Claramente, as prioridades operacionais são altamente variadas em todo o segmento e isso provavelmente é verdadeiro para uma série de considerações de manejo. Por exemplo, 45% dos produtores indicam que a raça é uma consideração sem importância quando compra um touro ou um sêmen para criar novilhas de reposição (NAHMS, 2008). Como tal, uma grande parte da indústria exemplifica como:

1) Implementação casual de cruzamento dentro de rebanhos individuais ou,
2) Desconsideração geral da importância de um planejamento sistemático ou estratégico quando se fala de manejo genético.

De qualquer maneira, o resultado é o mesmo: apesar das percepções amplamente aceitas sobre manejo genético e importância do cruzamento, um grande número de produtores não possui um plano real de reprodução – eles continuam indiferentes ou não conhecem os benefícios associados com o vigor híbrido (pelo menos, implementado de uma maneira sistemática).

Por padrão, isso ainda deixa metade dos operadores que poderiam ser categorizados como relativamente conhecedores e estratégicos sobre sistemas planejados de reprodução (seja de híbridos ou de puros). Essa demarcação, entretanto, ressalta a ampla gama de filosofias relacionadas ao manejo genético. E aí, descobrimos a dificuldade inerente associada com fazer suposições amplas sobre modelos tradicionais de negócios e tomada de decisões relacionadas no setor de cria.

Nas próximas semanas, serão publicados 11 pontos referentes a esse tema, sendo um por semana. Os pontos são:
1) Transição do negócio;
2) Influência genética e qualidade da carne bovina;
3) Programas de valor agregado;
4) Consolidação;
5) Convergência de negócios e propriedade retida;
6) Negócios intangíveis;
7) Gestão de prioridades de tempo e mão de obra;
8) Características funcionais e mitigação de problemas;
9) Considerações sobre facilidade no parto;
10) Considerações sobre manutenção do rebanho de vacas;
11) Considerações sobre implementação.

Tendências no setor de carnes, segundo Meat Conference 2013

Tendências no setor de carnes, segundo Meat Conference 2013


Muitos dos produtos apresentados na recepção de degustação da Conferência Anual de Carnes exemplificaram as principais tendências na categoria de carnes. Os palestrantes mencionaram que os consumidores estão buscando produtos de alta qualidade e acessíveis.

Os rótulos desses produtos de carne de vitelo moída e carne de cordeiro moída têm apelo aos consumidores que buscam alta qualidade.


Vários palestrantes pediram que a indústria de carnes contassem sua história e que não tivessem medo dos assuntos difíceis. Como a carne de vitelo pode ser um tema delicado, surpreendeu o fato de que esse rótulo chama atenção dos consumidores pois afirma que os animais nunca foram amarrados, foram criados em grupo e nunca receberam hormônios de crescimento.

Outro ponto discutido foram os produtos livres de antibióticos e hormônios, que estão ganhando espaço. Um porta-voz de Perdue disse que os produtos livres de antibióticos representam 8% das vendas totais de frango da companhia e que a categoria continua crescendo.

Outra tendência é a dos lanches (ou snacks), que são uma oportunidade para produtos novos e menores com carne. Alguns fornecedores mostraram produtos em porções menores, mas parece haver muito espaço para mais inovação usando proteína. Harvey Hartman, do Hartman Group, apontou que alguns compradores tendem a fazer mais “montagens” de refeições do que cozinhar as refeições.

De acordo com Hartman, existem três níveis de qualidade com alimentos: instrumental, de saborear e de inspiração. A instrumental é  a maior, é realmente sobre abastecimento, é tudo sobre o legado de marcas. São todas essas marcas que continuam em curso, têm grandes volumes, mas estão relativamente planas. O sabor tem a ver com alimento de verdade, que é o que os consumidores estão buscando, pois procuram por qualidade maior.

59% das refeições caem na categoria instrumental, 41% na de saborear e menos de 1% na de inspiração, porém, os compradores gostariam de ter mais experiências de saborear. Eles desejam consumir 40% de refeições instrumentais e 60% de refeições para saborear.

Hartman disse também que a categoria de carnes tem a oportunidade de aproveitar as muitas ocasiões de refeições fragmentadas com porções menores, mais variedade de snacks de carne e rótulos privados no departamento de carnes. A crescente popularidade dos produtos de carne sem hormônios de crescimento, sem antibióticos, sem esteroides, sem nitratos e sem aditivos mostra que os consumidores estão buscando transparência e querem ouvir a história do produtos de carne, disse Hartman.

Como muitos compradores veem o departamento de carnes como a base de sua loja, Hartman disse que esse se torna mais do que apenas um local físico da loja, com uma equipe de especialistas em carne e mais oportunidades para o consumidor participar da categoria.

 
Cabrito, como é isso?

Cabrito, como é isso?


A caprinocultura de corte passa por um momento especial, mostrando-se um excelente
negócio, mas que ao mesmo tempo evidencia a fragilidade de toda cadeia produtiva, um tanto desorganizada, dentro e fora da porteira, desde a criação até a comercialização.

Temos um volume de caprinos significativo no Brasil, com grande quantidade de animais, mas com pouca qualidade e produtividade. No geral, faltam animais melhorados, que apresentem ganho de peso satisfatório, rendimento ao abate e padronização de carcaça.

O Brasil possui um dos maiores rebanhos de caprino do mundo, e considerando-se índices econômicos e agropecuários, é o país com maior potencial de produção da carne de cabrito. Mas vivemos um momento diferente da produção de carne de cordeiro, que já possui seu mercado muito mais sólido e distribuído por diversos países em praticamente todos os continentes, inclusive no Brasil, que já há alguns anos conquistou seu mercado e caiu no gosto do brasileiro. 
 
A caprinocultura tem uma característica muito peculiar, sendo que 90% do rebanho brasileiro está concentrado na região Nordeste, com rebanhos compostos por caprinos de raças nativas ou SRD, em criações extensivas na sua grande maioria, com baixo investimentos e pouca utilização de tecnologia. Como costumo dizer, a caprinocultura de corte no Brasil é ainda uma pedra bruta a ser lapidada. Tem um potencial extraordinário, mas há uma grande lacuna entre ser potencial e se transformar em potência propriamente dita.

Temos exemplos de vários projetos pelo país que visam trabalhar a produção da carne de cabrito, mas quase que necessariamente a produção em larga escala passa por projetos na região Nordeste. Dificilmente encontramos grandes rebanhos comerciais para produção de carne fora desta região, vemos apenas rebanhos de pequeno a médio, com utilização de raças especializadas, em iniciativas no Rio Grande do Sul, no estado do Paraná - fortemente há alguns anos, e bons projetos que surgiram nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, mas todos eles são suficientes apenas para atender a demanda local.

Possuímos bons criadores de animais para genética, com qualidade, e que fazem um belo
trabalho com as raças Boer, Savana e Kalahary, específicas para produção de carne, e ainda algumas linhagens de corte de caprinos Anglonubiano. O que falta é transferir toda esta genética aos rebanhos comerciais, para produzir carne de cabrito com qualidade.

O cabrito se apresenta como uma carne saudável, pouca gordura e proteína de alta qualidade. A sua aceitação pelo consumidor é muito boa, uma carne tenra, macia, leve e muito apreciada. Estudos revelam o grande mercado que a carne de cabrito tem para preencher, mas falta estruturar a cadeia produtiva, definir padrões desta carne, quais quesitos o produtor deve buscar, qual carcaça o mercado quer... A carne de cabrito ainda se baseia muito na carne de cordeiro, e não é! O cabrito deve atender o SEU mercado, as expectativas do SEU consumidor.

Hoje, a carcaça do cordeiro está sendo trabalhada com animais cada vez maiores e precoces, buscando cordeiros de 18 Kg até 22 Kg de carcaça. Será que o cabrito deve seguir estes padrões? Será que a carcaça de cabrito ao atingir grandes pesos não perde junto sua qualidade? E os cortes, será que a carne de cabrito permite todos estes cortes que cordeiro produz?

A carne é diferente, a espécie é outra, as características são outras, o cabrito possui menor quantidade de gordura, naturalmente carcaças menores quando falamos em cabrito precoce, animais que possuem menor ganho de peso e menor rendimento da carcaça ao abate. O produtor, o frigorífico e as distribuidoras de carne têm que definir o que produzir, na verdade entender o que o consumidor quer...

Como é este cabrito? Nos grandes centros consumidores do país temos a experiência e o relato de compradores de cabrito que preferem animais menores, que querem realmente o cabrito precoce, carne macia e leve, de coloração mais clara, carcaças de 10 kg a 12 Kg, e com seus cortes básicos: pernil, paleta, lombo, costela... Não dá pra pensar em picanha de cabrito, por exemplo, as características da carne não permitem, ao contrário do cordeiro.

Precisamos definir a carcaça, as características, os cortes e os preços. Enquanto a carne de cabrito for trabalhada seguindo as definições do cordeiro, não conseguiremos trabalhar a cadeia adequadamente. É outro produto, cabrito é cabrito, cordeiro é cordeiro, duas carnes diferentes, sabores e características diferentes, utilizadas em pratos e ocasiões diversas.

Não se deve comparar as duas carnes, e nem mesmo pensar que disputam um mesmo mercado. Particularmente gosto das duas carnes, assim como gosto da carne suína, bovina e de frango, mas cada uma tem seu espaço, seu sistema de produção e preço.

A criação de caprinos e ovinos é diferente, embora sejam feitas de maneira quase igual e na maioria das vezes criadas juntas. Porém, o produtor deve se atentar em algumas características distintas: no hábito alimentar, nas exigências nutricionais, no ganho de peso e na produtividade.

Enquanto o cabrito e o cordeiro forem tratados da mesma maneira no mercado, enquanto buscarem trabalhar o mesmo nicho de consumo, a caprinocultura não vai se desenvolver de maneira forte e sustentável. Em locais onde temos as duas criações concomitantes, as duas carnes sendo compradas do produtor aos mesmos padrões e preços, teremos sempre uma caprinocultura mais fraca. Temos relatos de criadores que confessam tender a criação para a ovinocultura, já que o cordeiro ganha mais peso e rendimento que o cabrito. Se o mercado quiser a carne de cabrito, terá que tratar a caprinocultura de uma maneira específica. 
 
Por outro lado, falta o criador se organizar, fazer o seu papel, produzir o cabrito com qualidade. Alguns projetos, principalmente no sertão nordestino, tem se destacado na produção de carne de cabrito, tratando a caprinocultura de forma profissional, utilizando-se de tecnologia e conhecimento para atingir bons resultados e atender ao mercado consumidor.

Por todo o Nordeste vemos criadores se organizando para atender a demanda crescente da carne de cabrito, tendo na caprinocultura um dos destaques e soluções do agronegócio da região, principalmente quando falamos do sertão, ainda mais em um período de seca como este que a região vive, a cabra e o bode estão lá, gordos na caatinga, expressando sua máxima resistência.

Eu, sendo também um destes criadores, tenho recebido alguns contatos de compradores de cabrito, na sua maioria já distribuidores de carne de cordeiro, com mercado potencial em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Recife. Recebemos contatos de grupos Árabes, Italianos, Ingleses e mais recentemente de Chineses. Mas como atender a estas solicitações estrangeiras, se para encher um container de 12 toneladas precisamos de mil cabritos? E será que 1 container apenas atende a demanda? Com a qualidade e regularidade que necessitam, será que conseguimos 1 container por semana, mês ou ano? O cabrito precisa ocupar o seu espaço!

A caprinocultura está se organizando para isso, trata-se de um trabalho de médio a longo prazo, mas que está sendo feito com a utilização de raças melhoradoras, tecnologia no campo, assessoria aos produtores, difusão de conhecimento, com a produção montando e estruturando uma parte da cadeia de maneira inclusiva, com a participação dos pequenos produtores na fase de cria, que possuem em mãos rebanhos produtivos e resistentes.

Também precisamos da participação de associações e cooperativas para unir forças, de empresários visando a eficiência e lucratividade, do governo para fazer seu papel e dar condições para que a roda gire, dos frigoríficos e distribuidores como reguladores de preço e mercado. O principal nós já temos: os consumidores, que estão apenas aguardando o resultado do nosso trabalho de caprinocultor, de entregar qualidade e quantidade, de maneira organizada, com regularidade de produção.

O agronegócio do Brasil tem em mãos uma atividade que pode se transformar em mais um destaque mundial na produção de proteína, assim como estamos entre os maiores produtores mundiais de carne bovina, de frango e de suíno.

O cordeiro já conquistou um importante espaço, e o cabrito agora está se organizando para também fazer parte deste time!

Rafael Sene.