Tanques para piscicultura

Quais são as técnicas mais adequadas e de baixo custo para engordar peixes em tanques escavados e em tanques circulares?



O cultivo de peixes para consumo ou para ornamentação (utilizados em aquários, por exemplo) tem se popularizado no Brasil. As boas condições climáticas do país e a grande variedade de espécies nativas contribuem para o desenvolvimento da atividade. Com dedicação e empenho, produtores podem conseguir bons resultados e contar com a criação como fonte de renda principal de sua propriedade.

Antes de escolher os peixes que mais se adaptem à região de cultivo e dar início ao novo empreendimento, entretanto, é necessário montar uma estrutura apropriada no local. De acordo com o orçamento disponível, pode-se decidir por vários materiais encontrados no mercado e por diferentes sistemas de criação (confira a tabela na página ao lado).

O tanque de cultivo pode ser apenas escavado na terra ou, após a terraplenagem, ser construído em alvenaria e impermeabilizado com lona, fibra de vidro ou chapa galvanizada. Para o sistema de abastecimento de água, utilize blocos de concreto ou algum tipo de vala, com conexões de tubo de PVC para condução da água até o tanque. A vazão da água pode ser regulada com a instalação de um monge de alvenaria ou um cotovelo articulado, por meio do qual ocorre o escoamento da sujeira acumulada no fundo do tanque.

De forma geral, é recomendável que os viveiros não sejam muito grandes, para evitar dificuldades no manejo, como nos momentos de alimentação, transferência de peixes e despesca. Uma boa medida recomendada é de 40 por 50 metros, com 1,60 metro de profundidade. O formato retangular é o mais indicado para a criação de várias espécies de peixes, pois facilita a renovação da água. O circular, que exige mais aparatos para a movimentação da água e filtros para a remoção de resíduos, é mais frequentemente usado na criação de trutas, embora também possa ser usado no cultivo de lambari, tilápia e pirarucu, entre outros.

Piscicultores de algumas localidades do país têm optado por fertilizar a água dos viveiros com resíduos originários da suinocultura, promovendo a proliferação de micro-organismos que servirão de alimento para os peixes. Com produção que chega a 2 mil quilos de pescado por hectare por ano, o sistema é considerado uma opção para baratear os custos.



Muitos criadores brasileiros, no entanto, adotam viveiro com fertilização acrescida de alimentação suplementar. São aproveitadas sobras de hortaliças e/ou fornecidas rações de boa qualidade para a engorda dos peixes. A produção oriunda desses sistemas pode atingir 5 mil quilos por hectare por ano.

Para conseguir uma atividade mais produtiva e com custo baixo, os piscicultores também aproveitam para praticar o policultivo: várias espécies de peixes ocupam o mesmo viveiro, sendo que cada uma aproveita um espaço (mais no fundo, mais junto à superfície, etc.) e um tipo de alimento. Um exemplo de boa convivência é juntar em um único tanque tilápia com variedades de carpa.

Podem dividir o mesmo ambiente a carpa comum, que, assim como a tilápia, come de tudo (onívora); a carpa capim, que consome plantas (herbívora); a carpa cabeçuda, que se alimenta de minúsculos animais (zooplanctófaga); e a carpa prateada, que gosta de algas (fitoplanctófaga).

Uma recomendação importante para os iniciantes na criação de peixes é consultar a legislação ambiental. A orientação de um técnico competente pode assegurar o dimensionamento de um projeto econômico e produtivo. Um consultor em piscicultura também tem capacidade para avaliar as condições do local para a atividade, sugerir o melhor sistema a ser adotado, recomendar as espécies para cultivo e sugerir opções para baratear os custos.

Fonte: GLOBO RURAL


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