Vítimas do descaso em um zoológico de Santa Catarina, muitos ainda têm destino incerto
por Vinicius GaleraGraças a um tratamento intensivo por que vêm passando, sobretudo no último mês, muitos dos animais abandonadosnum zoológico da cidade de Salete (SC), no final do ano passado, estão em fase final de recuperação. Os sobreviventes, já que alguns, como um tigre, morreram, agora enfrentam um novo problema: a necessidade de um novo lar.
A história começou em novembro de 2011 quando o lugar onde os animais viviam, nas instalações do centro de lazer Catoni Park Hotel, foi embargado por problemas de segurança. Na época, o proprietário, Azodir Cattoni, cujos bens foram bloqueados pela Justiça na semana passada, decidiu fechar o zoo e começou a doar os animais. Em dezembro, porém, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interditou o local. Foi então que os animais começaram a ser gradualmente abandonados.
Em março, quando a equipe do Ibama voltou ao local, encontrou o zoológico e os animais em situação deplorável. Desde então, voluntários e a ONG Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, em Cotia (SP), vêm tentando ajudar a converter a situação, reabilitando os animais. O trabalho tem sido bem-sucedido. Recuperados, muitos foram doados e outros ainda serão. É o caso do casal de elefantes, tratado há mais de 30 dias por uma equipe do zoológico de São Paulo para onde serão levados assim que estiverem em condições. Por outro lado, há diversos animais ainda sem um abrigo definido, como bandos de macacos-prego e bugios.
Gabriela Breda, analista ambiental do Ibama, diz que não há espaço para os primatas nem mesmo no centro de triagem do local. Ela faz um apelo para que zoológicos, mantenedores e pessoas com licença ambiental recebam pelo menos um desses grupos. “Os animais não tem um custo muito elevado. Precisam de espaço, mas não demandam de um recinto caro”, diz.
Sem o apelo e o apoio de parceiros, teria sido impossível para a equipe do Rancho dos Gnomos trabalhar no local. Desde a segunda quinzena de março, quando foram acionados pelo Ibama, a associação mantém um grupo na cidade.
“Chegamos com um grupo de dez pessoas, com veterinários, biólogos e anestesista, e encontramos os animais apáticos, doentes. A situação era deplorável em termos de limpeza e falta de higiene”, diz Silvia Pompeu, cofundadora da associação. Imediatamente os animais passaram a receber atendimento veterinário enquanto os voluntários faziam um mutirão no local"
Além da fome e da desnutrição, havia animais amedrontados e deprimidos. Os felinos logo chamaram a atenção. “O que mais doeu foi o estado em que estava um dos tigres-de-bengala. O problema de nutrição era visível", explica Silvia. O animal passou por exames, porém não resistiu. “Outro tigre, irmão do que veio a óbito, aparentemente estava bem, mas constatamos que ele estava depressivo”, completa.
O animal segue em tratamento. Duas onças pardas foram levadas por um zoológico, que normalmente se interessa pelos animais mais raros, mas o filhote de uma delas foi deixado para trás. Assim que o encontraram, ele foi encaminhado para o santuário do Rancho dos Gnomos, em São Paulo.
No zoológico, ainda há uma onça pintada e um leão soropositivo para Aids felina, pois se alimentava de gatos domésticos contaminados quando pertencia a um circo. Mesmo sadio, se ficar por ali, o animal pode sofrer eutanásia só por ser portador do vírus. Por isso, os voluntários desejam levar o animal para Cotia, onde há outros animais na mesma condição levando uma vida normal e submetidos a um tratamento adequado.
No zoológico, ainda há uma onça pintada e um leão soropositivo para Aids felina, pois se alimentava de gatos domésticos contaminados quando pertencia a um circo. Mesmo sadio, se ficar por ali, o animal pode sofrer eutanásia só por ser portador do vírus. Por isso, os voluntários desejam levar o animal para Cotia, onde há outros animais na mesma condição levando uma vida normal e submetidos a um tratamento adequado.
Todo esse esforço, é claro, tem o seu custo. A associação mantém equipes revezando-se no local, e é responsável por comprar alimentos e pela medicação dos animais, além da limpeza e de todo o manejo do zoológico. “Independente dos animais irem ou não para o rancho nós damos suporte. Recebemos pedidos do Brasil inteiro, mas não conseguimos fazer nada sozinhos, por isso contamos com as parcerias”, diz Silvia.
fonte:www.globorural.com
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