Estudante desenvolve plataforma que economiza até 60% de água na irrigação


Mariana Vasconcelos foi premiada pelo projeto e irá estudar em uma universidade da Nasa nos Estados Unidos.

POR VINICIUS GALERA DE ARRUDA, COM SUSANA BERBERT


Plataforma foi testada em duas fazendas no sul de Minas Gerais e apresentou economia de até 60% de água (Foto: Divulgação/Mysalomon)

Com apenas 23 anos, Mariana Vasconcelos desenvolveu uma plataforma que ajuda a otimizar o uso de água na agricultura, reduzindo em até 60% o desperdício. O Agrosmart, nome dado ao projeto, venceu 562 finalistas do concurso Call to Innovation 2015, promovido pela faculdade Fiap. Como prêmio a estudante ganhou uma bolsa de estudos em uma universidade localizada dentro de uma base da Nasa, a agência espacial norte-americana. Ela fará parte do Graduate Studies Program (GSP) 2015 da Singularity University, nos Estados Unidos.
Mariana explica que, na plataforma, os sensores responsáveis por medirem as variáveis do ambiente são espalhados pela plantação e, por meio de um aplicativo, enviam os dados coletados para a internet 24 horas por dia. Um software, então, faz uma análise das informações recebidas e gera recomendações para o agricultor. “Todos os dias informamos quanto o produtor deve irrigar e quando irrigar. Mostramos dados meteorológicos restritos e conseguimos fazer previsão de doenças e pragas.” 
O desenvolvimento da planta também é acompanhado pelo sistema, que prevê o ritmo de crescimento para cada espécie.  Além da economia de água, a estudante chama atenção para o custo.“Reduzimos também os gastos na irrigação. Quando ligam um pivô sem necessidade ou alimentam uma bomba usam energia desnecessariamente. Muitos agricultores irrigam mais do que o necessário e acabam tirando nutrientes das plantas e perdendo água para o ambiente. Nós aumentamos a produtividade quando entregamos exatamente o que a planta precisa.”
Mariana com os sócios Raphael Pizzi e Thales Nicoleti (Foto: Mysalomon)
Formada em administração na Universidade Federal de Itajubá, com foco em empreendedorismo tecnológico, a ideia de criar o aplicativosurgiu da união entre a área de estudo de Mariana com sua experiência familiar. “Meu pai é agricultor e eu conhecia as dificuldades diárias dos produtores rurais”. Assim, no final de 2014 a estudante, junto com os sócios Raphael Tizzi, Thales Nicoleti e Anderson Casemiro, criou a empresa Agrosmart, que deu nome ao aplicativo. Para a Mariana, existe uma lacuna em tecnologias voltadas ao agronegócio.  “Estamos falando de um dos pilares da economia brasileira e do mundo. O agronegócio nunca deixará de ser importante. Acredito que há pouco investimento em inovação nesse meio, pra aumentar a produtividade e facilitar o dia a dia do agricultor.”
Sobre o curso recebido como prêmio, as expectativas da estudante são altas. Mariana conta que a Singularity University é focada em preparar líderes que saibam lidar com tecnologias exponenciais, que mudam a todo instante, e em como criar negócios para inovação em um cenário como este. “A bolsa fará com que consigamos colocar efetivamente as tecnologias desenvolvidas nas mãos dos produtores. Não adianta nada ter pesquisa se não programarmos a tecnologia para melhorar a vida das pessoas na outra ponta. Sei que eles vão nos ajudar a fazer isso da melhor maneira possível.”
A comercialização da plataforma Agrosmart começa em primeiro de maio pelo site da empresa.

FONTE: Globo Rural.


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