O Amazonas é o primeiro Estado da Região Norte do Brasil a ganhar uma fábrica de beneficiamento de resíduos animais para serem usados na fabricação de diversos produtos como ração animal, fertilizantes e sabão. A indústria Solimões, do grupo Fasa, em Iranduba, foi inaugurada nesta sexta-feira (25) e tem capacidade para processar mais 140 toneladas de resíduos por dia.
Na avaliação do secretário de Produção Rural, Eron Bezerra, que participou da cerimônia de inauguração, a instalação da fábrica será positiva para a economia do Estado e em especial para o setor primário. De acordo com ele, haverá redução na despesas dos produtores na compra da ração. “A graxaria produzira farinha de carne, de sangue, sebo e tudo isso a um valor mais em conta para os produtores de rações. Logo, além de completar a cadeia produtiva, deve baratear o produto final”, pondera.
O Gerente da Solimões, Clóvis Moura Junior, acrescentou que a indústria começa suas atividades nesta segunda-feira, 28, com aproximadamente 15 funcionários, e a meta é gerar mais emprego e expandir o quadro para 30 colaboradores. “A indústria de beneficiamento trará diversos benefícios a região, como geração de emprego e renda, a opção de não impactar o meio ambiente com estes resíduos e, ainda, a retração no preço das rações”.
Coleta - Hoje, a região metropolitana de Manaus, produz cerca de 30 toneladas de resíduos por dia e a fábrica tem capacidade para processar mais de 140 toneladas/ dia.
De acordo com Clóvis, a empresa vai coletar restos de carnes bovinos, suína, aves, peixe, sangue de animal e óleo saturado na capital e nos municípios de Iranduba e Manacapuru. “Já temos quatro caminhões a disposição de açougues, matadouros, feiras populares e demais clientes que queiram fazer o deposito correto destes resíduos. A longo prazo, atenderemos também municípios além da região metropolitana”.
Processo – Cada produto segue para um processo distinto de industrialização. Os resíduos de carnes e ossos, passam, inicialmente, por tubos de aço onde é eliminado todo metal, como ganchos que ficam presos a carnes em açougues. Posterior a isso, seguem para o triturado, digestor – onde é feito um cozimento, até que o produto é passado em uma peneira onde é finalizado e rotulado como farinha de carne mista. O resultado é utilizado basicamente em ração animal.
O sangue do animal, bem como, o sebo passa por processos similares. O sebo “reciclado” é comercializado junto a empresas que o utilizam como matéria-prima para biodiesel e sabão. Já o sangue em pó é utilizado na produção de fertilizantes. “Inicialmente, toda a produção será comercializada dentro do Amazonas”.
Grupo - A indústria Solimões faz parte do grupo sulista Fasa que além de produzir todo o maquinário necessário no processamento dos resíduos, também tem outras oito graxarias. Sendo três no Rio Grande do Sul, duas em Santa Catarina, uma no Mato Grosso e no Amazonas. O grupo possui ainda um fábrica no México e está montando outra no Peru e em outros estados do Brasil.
De acordo com o presidente do grupo Fasa, Valdir Federhen, atualmente, 60% dos produtos que as fábricas produzem são comercializadas para o exterior, entre a lista de países estão Índia, Malásia e África do Sul.
Fonte: SEPROR
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