Contenção individual de bovinos evita perda de vacinas

Existe significativa diferença entre aplicar a vacina e imunizar os animais. Imunizar envolve, mais que simplesmente injetar um produto via subcutânea ou intramuscular, o conhecimento sobre a necessidade do tratamento adequado do animal. Em situações de estresse, a eficiência da vacina pode chegar à insignificância, o que é explicado por processos químicos que ocorrem dentro do organismo do bovino. Para evitar que a vacinação perca sua eficácia, é preciso ficar atento a alguns cuidados, como o local adequado de aplicação e o uso de um equipamento de contenção individual. Isso evita a perda de vacinas, passando de 3% para 14% quando se utiliza o brete coletivo.

Segundo o médico veterinário Renato dos Santos, as vacinas devem ser conservadas em caixas térmicas com gelo e temperatura entre 2°C e 8°C, evitando assim variações térmicas.

É necessário ainda que todas as pessoas responsáveis por aplicar as vacinas leiam seus rótulos, bulas e observem as informações sobre data de validade e modo de aplicação.

O produto é perecível à luz solar. Portanto, deve ser aplicado à sombra e no local certo. A legislação brasileira prevê que as aplicações injetáveis em bovinos devem ser feitas da ponta da paleta ao terço médio do pescoço. “Isso é dificultado quando a contenção do animal não é feita adequadamente”, afirma o médico veterinário.
 
Ele explica ainda que a aplicação feita em troncos coletivos também prejudica a qualidade da aplicação porque obriga a injetar o produto em outros locais. É necessário, portanto, fazer uso de um equipamento de contenção individual. Já o tempo gasto para a aplicação é bastante semelhante.

A escolha da agulha também influencia no sucesso da vacinação. “No caso das vacinas mais líquidas, o mais indicado é a utilização de agulhas finas. As lojas sabem como orientar sobre esse processo, assim como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que disponibiliza um livreto com orientações sobre a escolha da agulha e outros cuidados que devem ser tomados antes e depois da aplicação”, diz o veterinário.

Santos esclarece que os mamíferos, quando estressados, produzem hormônios como a adrenalina e o cortisol, cujo objetivo é impedir a entrada de corpos estranhos no organismo. De acordo com ele, o bovino, especialmente, produz muito cortisol em situações de estresse. Isso faz com que a vacina apresente um resultado insignificante.

Fonte: http://www.crmvsp.gov.br/site/noticia_ver.php?id_noticia=3949


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