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Profissionais e estudantes se reuniram para prestigiar o evento. |
A Faculdade de Ciências Agrárias promoveu nesta terça-feira, dia 8 de outubro, a abertura do “Café Científico do LAFA”, um projeto de Extensão do Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal, do curso de Zootecnia. A ideia é que a iniciativa aconteça todos os meses, reunindo estudantes, professores e profissionais das áreas de Ciências Agrárias visando à atualização e o fortalecimento da produção animal no Estado, com foco na responsabilidade agroambiental.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Roseane Oliveira, o encontro foi pensado como ferramenta para acompanhar a agenda do agronegócio em torno da produção leiteira no Amazonas, que está começando a ganhar impulso e investimentos, principalmente do setor privado.
“Nosso primeiro palestrante é, de Uberaba, cidade de Minas Gerais, onde a bacia leiteira é bastante desenvolvida. Lá, a exemplo do Amazonas, a raça Girolando Muquém, adaptou-se bem às condições climáticas e vem dando bons resultados lá, por isso, convidamos o especialista para falar mais as características do animal que tem ganhado bastante espaço nos campos daqui”, explicou.
De forma mais específica, no âmbito acadêmico, a coordenadora destacou, ainda, a importância dessas atividades para as avaliações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
“Teremos uma porta interativa, uma porta de estágio, aos quais os alunos poderão ter acesso, podendo acompanhar o mercado de trabalho, para o qual estarão atuando daqui a algum tempo”, completou.
Os temas a serem debatidos durante as próximas edições do “Café Filosófico do LAFA” serão oriundos de projetos de pesquisa e de extensão, ligados aos públicos-alvo: os produtores rurais. Durante a palestra inicial, os produtotes terão voz nas discussões, em especial os de Presidente Figueiredo e do entorno de Manaus, na AM-010, onde boa parte dos produtores leiteiros estão sediados.
"Acompanhamos com assiduidade as necessidades deles, de monta definida (fecundação) para aumentar o numero de bezerros, acompanhamento de cios e produção de leite de qualidade, pensando que este seror pode ser cada vez mais numeroso e qualitativo", disse.
Amazonas tem potencial para produzir leite em pequenas áreas
O médico veterinário, especialista em Melhoramento Genético e Reprodução de Bovinos de Leite, Thiago Moraes Ferreira, foi o palestrante da abertura do “Café Científico do LAFA”, com o tema “Melhoramento Genético”, abordando pecuária leiteira, manejo de pastagem e as características do tipo de rebanho adaptado às condições de clima da região Amazônica.
“O animal ideal é aquele que consiga estabelecer um impacto econômico positivo para o produtor, através da produção de grandes quantidades de leite no maior número de lactações”, disse.
Ele exemplificou que não especificamente, o boi precisa ser esteticamente bonito, para ser bom produtor. Para isso, enumerou algumas características de um animal “produtor”: não preciso ser assistido durante seus partos, foi inseminado e fecundado, não teve desordem metabólicas e não apresentou inflamações de glândulas mamárias.
“Houve casos de animais que tiveram vida produtiva de 12,5 anos e tiveram produções da ordem de 194.826 litros”, afirmou.
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Coordenadora do evento e palestrante |
Mesmo estando pela primeira vez no Estado, o palestrante afirmou reconhece as limitações territoriais por conta da reserva legal, mas que a questão traz à tona, a possibilidade de melhorar a produtividade.
“Em pequenas áreas, por exemplo, a gente vê produtores, produzindo em 20, 30 ou 100 hectares, produções de leite variando 1 mil, 2 mil, 3 mil litros de leite. Ou seja, se tem pouca terra para trabalhar, a solução é investir em produtividade”, garantiu.