Jacaricultura ou Criação de Jacarés

Das espécies de jacarés existentes no mundo mais de 70% são consideradas vulneráveis ou passíveis de extinção, e as principais causas são a destruição de seus habitats e a caça ilegal para exploração de seu couro.

Alguns países já efetuam programas de estudo de populações naturais, aliados a controle ou proibição da caça, repovoamento, criação em cativeiro e reintrodução na natureza.

Das cinco espécies de jacaré existentes no Brasil, somente o açu ou jacaré-preto vive apenas na Bacia Amazônica., as outras espécies também ocorrem nessa imensa área hidrográfica, mas ainda são encontradas em regiões como o pantanal matogrossense, margens do rio Parnaíba, bacia do Prata e lagoas litorâneas. São os casos do jacaré-tinga, jacaré-do-papo-amarelo, jacarepaguá e jacaré-coroa.

A Proibição da caça foi instituída pela Lei no 5.197 de 03/01/67 e a Criação em cativeiro foi regulamentada pelos decretos governamentais nos 132/88 de 05/05/89 e 250/88 de 22/08/88.

O jacaré Açu é animal carnívoro e se alimenta de tudo, desde que a alimentação fornecida seja à base de proteína animal. Devido ao metabolismo lento, alimenta-se relativamente pouco, cerca de 1% do seu peso vivo.Para a reprodução, a fêmea faz um ninho na vegetação na beira do lago, rio ou igarapé, onde coloca seus ovos que após um mês de incubação, eclodem. Ao contrário da maioria dos répteis, as fêmeas de jacaré costumam proteger os ninhos e filhotes. O acasalamento ocorre na água, mas a fêmea bota os ovos em terra.

O Jacaretinga vive no nordeste da Amazônia, chega a medir até 2,5 metros, se alimenta de peixes, pássaros, caranguejos. Para reproduzir põe de 14 a 40 ovos que levam 60 dias para eclodir.


Os índios deram a esse jacaré o nome de jacaretinga porque tem a barriga branca e tinga, em tupi, significa branco. O animal também inspirou os americanos, que acharam engraçada a saliência que o bicho tem sob os olhos, que lembra o meio-óculo, aquele usado para leitura, e o chamaram de “spectacled-caiman”, ou seja, jacaré de óculos.

O jacaretinga não chega a estar ameaçado de extinção, mas é considerado vulnerável.A raridade do jacaretinga é, em parte, culpa da exportação clandestina para os Estados Unidos, que foi grande no passado. Esse animal é manso, dificilmente morde e por isso foi muito usado como animal de estimação, mas alguns escaparam de seus donos e hoje se reproduzem em liberdade na Flórida.

A conservação da espécie no Brasil visa a produção de indivíduos para o fornecimento de matrizes e reprodutores para criadores, evitando assim a captura de indivíduos em populações remanescentes. A propagação em cativeiro garante a preservação da espécie em alto risco de extinção (não deve ser considerada como manejo). A criação em cativeiro apresenta uma taxa de mortalidade de 4,75 % do estoque (média de 4 anos) e o maior índice é alcançado no 3o ano (8,7%).

O efeito positivo no crescimento de filhotes ocorre entre 18 e 20 meses e o abate ocorre quando o animal apresenta um tamanho mínimo de 90 cm. As peles tem aproveitamento integral e a carne possui consistência e paladar não diferenciados.O controle de temperatura, os cuidados alimentares e a higienização dos recintos estimula um grande avanço com aceitáveis taxas de mortalidade, crescimento, ganho de peso, qualidade da carne e tipo de pele produzida.O jacaré produz couro de excelente qualidade e de alto valor comercial, e é usado na confecção de bolsas, sapatos, capas de agenda, etc.


Sua carne também é usada na culinária. Um dos pratos mais sofisticados é a carne de jacaré no leite da castanha-do-Pará. O tempo de permanência no criadouro varia de 2 a 3 anos e no ambiente natural varia de 5 a 6 anos.O IBAMA admite que 10% dos ovos recolhidos sejam devolvidos como filhotes à natureza, após 6 meses de idade.Animais devolvidos à natureza são indivíduos com maior oportunidade de sobrevivência (> 50cm).

Fonte: www.coocrijapan.com.br


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